Seu filho é daquelas crianças que carregam para lá e para cá algum objeto de estimação? Pode ser um brinquedo, um ursinho de pelúcia, um cobertor, uma fralda de pano ou qualquer outra coisa que faça tanto sentido para ele que está sempre junto. Esses são os chamados objetos de apego, ou objetos transicionais, muito importantes para o desenvolvimento emocional da criança.
O termo foi usado pela primeira vez em 1953, pelo pediatra e psicanalista inglês Donald Winnicott. Dizia ele que, na primeira infância, o indivíduo passa por uma transição impactante: ele deixa de acreditar que forma um ser único com sua mãe – de quem recebe atenção e cuidados constantes – e descobre a sua individualidade, percebendo a divisão entre ele e a mãe.
Essa mudança, segundo Winnicott, acontece com a passagem dos meses, desde que o bebê nasce.
É a partir desse momento, em especial quando percebe que a mãe nem sempre está presente, que o bebê busca outra fonte de segurança – em geral, um objeto que para ele representa a figura materna. “Esse objeto ajuda a diminuir a ansiedade em algumas situações, como na hora de dormir e, mais tarde, nos primeiros dias escolares”, explica Francine dos Santos Silva, professora e assessora da Educação Infantil do Colégio Positivo.
Qualidades psíquicas
Segundo Francine, ter um objeto de apego é muito benéfico nessa fase da vida. Ele ajuda a criança a lidar com seus primeiros conflitos emocionais e a desenvolver qualidades psíquicas, como criatividade, cognição, afetividade e empatia. Esse objeto traz sensação de conforto, proteção e pertencimento, reafirmando o contato da criança com o mundo externo. É como se a ausência da mãe fosse, de alguma maneira, preenchida.
“Importante sabermos que nem todas as crianças adotam um objeto transicional. Algumas não sentem necessidade desse apego e acabam descobrindo outras fontes de conforto ao sentir tristeza, angústia ou medo”
Os pais, portanto, podem ficar despreocupados ao não conseguir interpretar certos comportamentos em seus filhos, uma vez que nesse período inicial da vida eles ainda estão encontrando o próprio jeito de lidar com os sentimentos.
Cuidados importantes
No entanto, é preciso ter atenção a algumas situações. Se a criança deixa de participar de atividades, prefere brincar sozinha com o objeto do que interagir com os colegas ou só realiza algo se estiver na companhia dele, procure a ajuda de um especialista.
Nesses casos, você mesmo pode ajudar, incentivando na criança verbalização de sentimentos e emoções e, assim, contribuindo para o desenvolvimento da inteligência emocional.
Outro ponto fundamental destacado pela professora Francine é o momento de se desapegar do objeto. De acordo com ela, não existe uma idade ideal, mas isso geralmente ocorre de maneira gradual dos três aos cinco anos, à medida que o pequeno vai amadurecendo. “Quando conseguir expressar suas emoções sem precisar de uma ferramenta para servir como intermediário, ele, pouco a pouco, se desprenderá do objeto”.
No Colégio Positivo, os alunos da Educação Infantil ficam à vontade para expressar suas relações com o objeto de apego. Exemplo disso é o Projeto Mascote , por meio do qual, coletivamente, criam e convivem com uma mascote.
Eu vou fazer 18 anos e tenho um apego emocional com uma boneca que ganhei quando ainda mais nova , sinto a necessidade de dormir com ela e tenho que levar pra onde eu for dormir , mas é porque as vezes de noite eu fico ansiosa e me dá crises de chora , tenho medo dela não está por perto quando isso acontecer